Ensaio sobre Teoria Ecológica Multissistêmica

Essa posição implica a visão de que vários sistemas (incluindo o indivíduo, a família, a escola e a comunidade) estão envolvidos na gênese e na manutenção de problemas de conduta e, consequentemente, o tratamento eficaz deve ter como alvo múltiplos sistemas, em vez de um único sistema (Henggeler et al., 1998).

O modelo de sistemas ecologicamente aninhados de Bronfenbrenner (1986) é a base dessa teoria. Distúrbios de conduta, argumenta-se, são mantidos por múltiplos fatores nesses múltiplos sistemas ecologicamente aninhados.

Fatores individuais importantes incluem temperamento difícil, experiências precoces de separação, viés de atribuição hostil, habilidades sociais precárias, dificuldades em aprender prosaica- mente o comportamento a partir da experiência e dificuldades de aprendizado acadêmico.

Fatores familiares incluem desorganização familiar, hierarquias familiares ambíguas, dificuldades de apego entre pais e filhos, problemas com a paternidade e a disciplina, discórdia conjugal e dificuldade de negociar transições no ciclo de vida da família.

Os fatores escolares incluem padrões de interação que mantêm problemas disciplinares baseados na escola, dificuldades de realização e falta de recursos educacionais.

Os fatores da comunidade incluem envolvimento com pares desviantes, abuso de drogas e envolvimento em redes de múltiplas agências mal coordenadas. O tratamento baseado neste modelo deve ser individualizado e baseado em uma avaliação ecológica multissistêmica. Pacotes de tratamento devem incluir:

Eu. Treinamento de habilidades cognitivas e sociais individuais e em grupo

ii. Terapia familiar para reduzir a desorganização familiar

iii. Intervenções escolares para lidar com padrões interacionais que mantêm problemas de conduta e desempenho insuficiente na escola

iv. Intervenções baseadas em grupos de pares para melhorar os relacionamentos entre pares e reduzir o envolvimento em grupos de pares desviantes

Há alguma evidência de que esta abordagem é eficaz (Henggeler et al., 1998; Brosnan e Carr, 2000).