A análise de utilidade neoclássica (suposições, utilidade total vs. utilidade marginal)

A análise de utilidade neoclássica refere-se à teoria da demanda do consumidor construída por Marshall, Pigou e outros!

Esta teoria baseia-se na medida cardinal da utilidade, que assume que a utilidade é mensurável e aditiva. É expresso como uma quantidade medida em unidades hipotéticas chamadas 'utils'. Se um consumidor imagina que uma manga tem 8 utils e uma maçã 4 utils, isso implica que a utilidade de uma manga é o dobro de uma maçã.

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Suposições da análise de utilidade:

A análise de utilidade baseia-se em um conjunto de suposições a seguir:

1. A análise de utilidade baseia-se no conceito cardinal que pressupõe que a utilidade é mensurável e aditiva como pesos e comprimentos de mercadorias.

2. Utilidade é mensurável em termos de dinheiro.

3. A utilidade marginal do dinheiro é considerada constante

4. O consumidor é racional que mede, calcula, escolhe e compara as utilidades de diferentes unidades das várias mercadorias e visa a maximização da utilidade.

5. Ele tem pleno conhecimento da disponibilidade de mercadorias e de suas qualidades técnicas.

6. Ele possui conhecimento perfeito da escolha de mercadorias abertas a ele e suas escolhas são certas.

7. Ele conhece os preços exatos de várias commodities e suas utilidades não são influenciadas por variações em seus preços.

8. Não há substitutos.

Toda a análise marshalliana, compreendendo a Lei da Utilidade Marginal Decrescente, a Lei da Máxima Satisfação, o Conceito de Excedente do Consumidor e a Lei da Demanda, baseia-se nessas premissas. Antes de lidarmos com essas noções, é instrutivo estudar a relação entre utilidade total e utilidade marginal.

Utilitário Total Vs Marginal Utility:

Toda mercadoria possui utilidade para o consumidor. Quando o consumidor compra maçãs, ele as recebe em unidades, 1, 2, 3, 4 etc., como mostra a tabela 13.1. Para começar, 2 maçãs têm mais utilidade que 1; 3 mais utilidade que 2, e 4 mais que 3. As unidades de maçãs que o consumidor escolhe estão em uma ordem descendente de suas utilidades. Em sua opinião, a primeira maçã é a melhor do lote disponível para ele e, portanto, dá a ele a maior satisfação, medida como 20 utilidades.

A segunda maçã será naturalmente a segunda melhor com menor quantidade de utilidade do que a primeira e tem 15 utilidades. A terceira maçã tem 10 utilitários e o quarto 5 utilitários. Utilidade total é a soma total de utilidades obtidas pelo consumidor de diferentes unidades de uma mercadoria.

Em nossa ilustração, a utilidade total de duas maçãs é 35 = (20+ 15) utils, de três maçãs 45 = (20 + 15 + 10) utils, e de quatro maçãs 50 = (20 + 15 + 10 + 5) utils . Utilidade marginal é a adição feita à utilidade total por ter uma unidade adicional da mercadoria. A utilidade total das duas maçãs é de 35 utilidades.

Quando o consumidor consome a terceira maçã, a utilidade total se torna 45 utilidades. Assim, a utilidade marginal da terceira maçã é de 10 utilidades (45-35). Em outras palavras, a utilidade marginal de uma mercadoria é a perda de utilidade se uma unidade a menos for consumida. Algebricamente, a utilidade marginal (MU) de N unidades de uma mercadoria é a utilidade total (TU) de N unidades menos a utilidade total de N-1. Assim, MU N = TU N - TU N-1

A relação entre utilidade total e utilidade marginal é explicada com a ajuda da Tabela 13.1.

Tabela 13.1: Relação entre TU e MU:

Unidades da Apple TU em Utils MU em Utils
(1) (2) (3)
0 0 0
1 20 20
2 35 15
3 45 10
4 50 5
5 50 0
6 45 -5
7 35 -10

Enquanto a utilidade total estiver aumentando, a utilidade marginal está diminuindo até a quarta unidade. Quando a utilidade total é máxima na 5ª unidade, a utilidade marginal é zero. É o ponto de saciedade para o consumidor. Quando a utilidade total está diminuindo, a utilidade marginal é negativa (a sexta e a sétima unidades). Essas unidades dão desutilidade ou insatisfação, por isso não adianta tê-las.

Essa relação é mostrada na Figura 9.1. Para desenhar as curvas de utilidade total e utilidade marginal, tomamos utilidade total da coluna (2) da Tabela 9.1. e obter retângulos. Ao conectar os topos desses retângulos com uma linha suave, obtemos a curva da TU que atinge o ponto Q e depois diminui lentamente. Para desenhar a curva MU, tomamos a utilidade marginal da coluna (3) da tabela. A curva MU é representada pelo incremento na utilidade total mostrado como o bloco sombreado para cada unidade na figura.

Quando os topos desses blocos são unidos por uma linha suave, obtemos a curva MU. Desde que a curva da TU esteja subindo, a curva da MU está caindo. Quando o primeiro atinge o ponto mais alto Q, este último toca o eixo X no ponto С onde o MU é zero. Quando a curva da TU começa a cair de Q em diante, a MU torna-se negativa a partir de С em diante.