Quais são as características importantes das teorias de sistemas sociais?

As teorias de sistemas destacam o papel dos sistemas familiares e dos sistemas sociais mais amplos na etiologia e manutenção de problemas de conduta.

Dentro da tradição da terapia familiar, as escolas estruturais, funcionais e estratégicas têm sido mais influentes em oferecer uma estrutura para entender como os transtornos de conduta são mantidos pelos padrões de interação familiar e como podem ser resolvidos intervindo nesses padrões (Colapinto, 1991; Madanes 1991 e Barton e Alexander, 1981).

Em um nível estrutural, as famílias com jovens que têm problemas de conduta são mais desorganizadas do que outras famílias. Regras, funções e rotinas não são claras. A comunicação é indireta, sem empatia e confusa. Há também uma ausência de habilidades sistemáticas de resolução de problemas familiares.

Os membros são mais emocionalmente desprendidos uns dos outros em comparação com outras famílias. Além disso, famílias com jovens que apresentam problemas de conduta têm dificuldades em manter claras hierarquias intergeracionais não-ambíguas e negociar transições de ciclo de vida.

Com respeito a hierarquias ambíguas, os problemas de conduta são mantidos se um jovem se envolver em hierarquias abertas e ocultas conflitantes com os pais.

A hierarquia manifesta na maioria das famílias envolve uma aceitação falada de que ambos os pais compartilham uma forte coalizão em torno da qual existe uma fronteira que separa os pais hierarquicamente da criança, de modo que a criança seja, até certo ponto, subserviente aos desejos de ambos os pais.

Onde as crianças têm problemas de conduta, além dessa hierarquia evidente, há tipicamente uma hierarquia encoberta na qual a criança e um dos pais compartilham uma forte coalizão entre gerações em torno da qual existe uma fronteira encoberta que os separa hierarquicamente do outro.

Essa hierarquia encoberta não é falada ou negada. Geralmente é a mãe e a criança que compartilham a coalizão encoberta e o pai que é hierarquicamente inferior a essa dupla. Haley (1967) refere-se a essa estrutura familiar como o triângulo patológico. Não é de surpreender que os pais de famílias com esse problema organizacional tenham muitas vezes dificuldades conjugais.

Com relação às transições do ciclo de vida, muitas famílias em nossa cultura evoluem através de uma série de estágios previsíveis do ciclo de vida. Haley (1980) argumenta que algumas famílias com jovens que têm problemas de conduta ficam presas no estágio de ser uma família com adolescentes morando em casa e têm dificuldade em fazer a transição para ser uma família no estágio de desenvolvimento do ninho vazio.

Essas famílias geralmente exibem a estrutura descrita como o triângulo patológico. O comportamento delinqüente pode servir à função de impedir que a família se separe (Alexander e Parsons, 1982).

A terapia familiar baseada na teoria de sistemas estruturais e estratégicos visa ajudar as famílias a se tornarem organizadas de maneira mais coerente.

Há evidências de que a terapia familiar baseada nesses princípios estruturais e funcionais é um tratamento mais efetivo para pré-adolescentes e jovens adolescentes com problemas de conduta do que terapia familiar não-diretiva ou terapia individual (Alexander e Parsons, 1982; Szapocznik et al., 1989). ).