Hegel noção de liberdade política

Hegel noção de liberdade política!

Hegel vê a história da humanidade como a história da liberdade e do Estado moderno, exemplificada sobretudo pela Prússia contemporânea, que representou o estágio final do desenvolvimento da liberdade social e política da humanidade. As liberdades dos prussianos do início do século xix eram extremamente limitadas pelos padrões de hoje, por isso é importante ver exatamente o que Hegel queria dizer com liberdade política e compreender sua compreensão do estado moderno.

A noção de liberdade de Hegel é mais do que a usual de pessoas poderem, dentro da lei, fazer o que gostam. Ele também tem uma concepção positiva de liberdade derivada de Rousseau e Kant, que ambos viam a liberdade como essencial para a natureza humana, mas identificaram estar livres de agir moralmente.

No entanto, Hegel discorda da opinião de Kant de que os seres humanos devem ser livres para viver de acordo com as regras morais que escolherem, que sejam consistentes com a liberdade dos outros. A moralidade, pensou Hegel, tinha que ter conteúdo e isso só poderia vir da comunidade e das instituições que moldaram os indivíduos e os tornaram o que são.

A afirmação dos direitos abstratos do homem, divorciada de qualquer contexto social, era, ele acreditava, responsável pela violência e terror da Revolução Francesa. Em seu conceito mais social de moralidade, ele está mais próximo de Rousseau, para quem os cidadãos são livres quando se conformam à vontade geral, o que representa o desejo de todos pelo bem da comunidade como um todo.

Hegel tem uma visão um pouco semelhante, mas sua versão - a "vontade universal" - em grande parte dispensa qualquer aparelho democrático para expressá-lo ou reconhecê-lo. Por outro lado, ele vai além da estreita conformidade que a visão de Rousseau implica. Ele tem uma concepção muito mais complexa do estado e a que equivale a liberdade.

Caracteristicamente, Hegel também viu o desenvolvimento do estado e da filosofia política em termos evolucionários. Ele viu a antiga cidade grega como uma comunidade moral na qual o indivíduo era subsumido. Era a comunidade moral da família em geral.

Essa comunidade moral começou a enfraquecer-se com a ascensão da filosofia socrática e a atitude crítica que a acompanhava. Platão recomendou um estado ideal pelo qual todos deveriam lutar, mas Hegel não achava que a invenção de tais estados, que deveríamos ter alguma obrigação moral de criar, fosse uma tarefa apropriada para os filósofos.

Sua função adequada era penetrar e revelar a natureza interna das coisas. Hegel argumentou que o significado de Platão era que ele revelou a forte unidade moral da cidade que subordinava o indivíduo. Hegel acreditava que Platão revelou a natureza de um modo de vida que estava de fato passando.

A ascensão do individualismo, expressa em vários aspectos da civilização romana (o estado de direito) e a ascensão do cristianismo, expressando a consciência individual, eram o oposto da estreita unidade moral da polis grega.

Esse crescimento do individualismo acabou culminando no desenvolvimento da sociedade civil e no individualismo social e econômico representado por Locke, Adam Smith e Kant. O surgimento de sociedades comerciais, como a Grã-Bretanha e a Holanda no século XVII, viu o Estado concebido em termos de indivíduos unidos por contrato: isto é, em termos da sociedade civil.