Conceitos de Danda, Dandaneethi, Dharma e Raja Dharma

Conceitos de Danda, Dandaneethi, Dharma e Raja Dharma!

É, de fato, difícil entender o antigo pensamento político indiano sem um conhecimento prévio de certos conceitos como Danda, Dandaneethi, Dharma e Raja Dharma. Esses conceitos são extraídos das linguagens sânscritas.

A seguir, uma breve explicação de cada conceito:

Danda:

O termo Danda é derivado das palavras Dam e Dand, que se referem a domar, subjugar, conquistar ou restringir e coisas do tipo. Este termo também significa um pau. Danda, na verdade, é um dos elementos de um estado. A principal razão para a instituição de Danda é trazer disciplina nas vidas dos seres humanos que, por natureza, são maus e corruptos. De acordo com Manu, é apenas o rei que pode proteger toda a humanidade e para essa proteção, o rei usa Danda como um meio ou como um instrumento.

No antigo sistema político indiano, era da responsabilidade do rei manter o Dharma por meio de Danda. Acreditava-se amplamente que é somente através do medo da punição que a humanidade pode ser mais disciplinada. É essa punição que mantém um controle sobre suas ações consciente ou inconscientemente.

No entanto, essa punição deve ser infligida somente quando necessário após muita consideração. Caso contrário, o conceito de Danda é perdido. Além disso, antigos pensadores indianos eram da opinião de que Danda não deveria ser usado de acordo com os caprichos e fantasias dos governantes, mas somente quando há presença de quaisquer elementos anti-sociais na sociedade.

Eles afirmaram ainda que Danda é um código dado à humanidade por Deus para seguir uma vida justa. Este código deve ligar Danda contra seus súditos por seus erros. Até mesmo as pessoas podem coletivamente tomar uma ação contra o rei se ele cometer algum erro.

Dandaneethi:

Esse antigo conceito indiano lida com a totalidade das relações sociais, políticas e econômicas e indica como elas devem ser organizadas e integradas de maneira adequada. Indica as regras a que se deve obedecer enquanto pune os outros.

Os pensadores políticos antigos sugeriram que, para a santidade do conceito, Danda deveria ser usado com cuidado. O uso excessivo afligiria as pessoas e o uso leve do mesmo perderia sua importância. Através de Dandaneethi, torna-se mais fácil obter um progresso adequado e um sistema equilibrado de necessidades sociais e econômicas.

Dharma:

Este é um termo sânscrito, que significa lei e pode ser entendido de várias maneiras. De um modo geral, o termo tem duas conotações. Em primeiro lugar, significa convicções religiosas e, em segundo lugar, um conjunto de deveres ou um código de conduta. Afirma-se que aquele que adota o Dharma derivaria dinheiro, felicidade e sucesso. Refere-se também a um código de princípios morais relacionados ao cotidiano e o cumprimento dessas regras garante paz, prosperidade e felicidade.

O dharma é um dos valores de um indivíduo. De acordo com o antigo pensamento indiano, é o dharma que sustenta o universo e tanto o rei como o povo devem aderir a ele. Somente os sábios tinham o poder de interpretar este dharma ou a lei sagrada.

Rajadharma:

O conceito de Rajadharma foi introduzido por um dos maiores épicos da Índia, o Mahabharata. Refere-se às leis ou regras estabelecidas para os governantes no contexto de assegurar a administração adequada de todo o reino. Manu também mencionou sobre o conceito de Rajadharma e prescreveu certas regras chamadas Dharma Sutras enquanto discutia os direitos e deveres de um rei com referência à sua administração.

Os deveres estabelecidos pelo Rajadharma foram descritos como ideais para o bem maior e uma conduta real. Os Manusmrithi lidaram com o conceito de Rajadharma de uma maneira detalhada do que qualquer outra escritura. Especificou os deveres de um rei em relação ao Estado e não em sua capacidade pessoal.

Na antiga Índia, toda a disciplina da ciência política era chamada de Rajadharma. Este conceito foi considerado importante na prática social. O fracasso em levar as regras a sério foi considerado perigoso para a existência da própria sociedade. De acordo com o Mahabharata, de acordo com as regras, o rei deve estar pronto para descartar até mesmo o menor dos assuntos.

O rei deve ser como uma mãe para seus súditos e deve estar disposto a fazer qualquer sacrifício em seu interesse. Ele deve possuir todas as qualidades de uma mãe, pai, preceptor, protetor e também os atributos de Deuses como fogo, riqueza e morte para seus súditos. Foi declarado no Mahabharata que um rei que não protege seus súditos é um ladrão e que ele alcançaria o inferno após sua morte.

No que diz respeito à nomeação de funcionários para atender à administração, o Mahabharata afirmou que um rei deve nomear quatro brâmanes, três Kshatriyas, 21 Vyshyas, três Shudras e um Sutha. Assim, com essa nomeação, fica claro que até os chamados outcastes também estavam representados no corpo administrativo.

O Mahabharata afirmou ainda que um rei deve ser perspicaz como um abutre, paciente como um guindaste, vigilante como um cão, e penetrar nos territórios dos inimigos como uma cobra sem qualquer ansiedade. Ele também deve ser capaz de se alinhar não apenas com homens inteligentes e poderosos, mas também com um covarde.

O épico também aconselhou o rei em assuntos relacionados à guerra, diplomacia e ao lidar com vários tipos de pessoas. Com a descrição acima, segue uma breve descrição de dois dos mais célebres pensadores políticos indianos, a saber, Kautilya e Manu.